Lembranças...

Dia desses fiz faxina no meu quarto e encontrei uma caixa de papelão. Nem me lembrava o que tinha dentro dela. Pois bem... ela estava ali... negligenciada em cima do meu armário. Adivinhem o que tinha dentro? Cerca de dez volumes de diário. Escrevo em diários desde o primário. Me lembro muito bem quando comecei. Fui ao shopping Ibirapuera com meu pai e ele me comprou um desses diários bonitinhos com papéis coloridos e com cheirinho. Tudo começou aí. Os meus primeiros textos eram bem bobinhos. Começava meio assim: "Querido diário, hoje acordei eu fui pra escola. Na perua comi uma maçã". Eram coisas meio bobas, mas muito engraçadas também. Claro que a frequência foi variando durante os anos, mas fazendo um balanço, até que escrevi bastante. Acho que a época em que mais escrevi foi durante a adolescência. Acho que é o período em que achamos que temos muitos segredinhos, afinal, é quando os meninos deixam de ser os pentelhos e se tornam um pouco mais interessantes. A minha agenda ou diário era daqueles que mal fechavam. Eu recortava frases de revistas, fotos e às vezes, quando não achava uma frase que combinasse com o meu dia, eu cortava letrinha por letrinha e colava. Encontrei fotos de editorias de moda antigos e não pude deixar de pensar na minha situação atual. Quem diria que o mundo das revistas se tornaria tão real para mim? Era um mundo de sonho que, agora, confesso, não é tão bonito assim. Talvez tenha se tornado uma espécie de pesadelo. O legal é que acabei conhecendo alguns fotógrafos e jornalistas que eu via no expediente das revistas que eu lia. Engraçado como a gente tem "dicas" na infância e na adolescência das coisas que mais tarde nos tornaremos. às vezes é tão óbvio, mas na época de escolher uma carreira e prestar vestibular é tão difícil... Até mesmo na faculdade temos muitas dúvidas. Às vezes não vemos coisas que para os outros é óbvio. Anyways, foi muito bom relembrar o meu passado, uma nostalgia misturada com saudade. Uma saudade boa...